Em, 6.4.2011
Por Pietra Luña
No fim desta tarde, tive que sair apressada para resolver um problema. Minha pequena filhota estava tirando uma soneca e a empregada tinha saído de folga. E agora? De um lado a urgência e de outro a prudência. Acordar a criança naquele momento não era a melhor opção. Deixar de acudir a questão, sem chance. Comecei a pensar e logo imaginei deixar um bilhetinho com a frase "mamãe foi procurar um documento no carro e volta já". Como ela sabe ler, estaria ali a minha ausência explicada. Contudo, onde dependurar o papelzinho antes de ela levar um baita susto ao não me ver em casa?
Isso me fez percorrer a casa em busca dos melhores lugares de comunicação. Quais seriam as mídias sociais do meu lar? Espelho? Porta do quarto? Geladeira? Porta de casa? Guarda-roupa? E mais, quais seriam os lugares que os meus familiares escolheriam para deixar um recado para mim?
A resposta foi interessante. Há em casa meios fundamentais e diferentes para cada um dos moradores. Explicarei três deles.
Com a minha dedicada empregada, eu me comunico pelo fogão. É lá que deixo a lista de compras durante a madrugada ou o cardápio do almoço de amanhã. É lá que informo o horário que preciso ser acordada para tomar o café antes da correria do dia que nasce. É lá em cima da trempe que eu acendo as informações tardias que não tiveram tempo de chegar ao vivo.
Já a minha caixa postal doméstica é o computador. É por cima do teclado preto que chegam os quadradinhos manuscritos dizendo "amanhã tenho médico as 9h", "fulana ligou", "tem que comprar gás". Quando chego à noite, pego a correspondência eventual sobre as teclas "inquietas" do PC e respondo postando nas bocas "faladeiras" do fogão.
Ih, como me comunicar com a minha meninota assim de repente? Dentre as várias possibilidades, a automática, que ela sempre (em ato contínuo) faz quando não está em seu quarto é ligar a televisão da sala!
Então, escrevi a mensagem, finalizei com "eu te amo", cortei um pedaço de durex e pimba na tela da Globo, colei bem na cara da novela das seis! Quem fala pela "telinha" agora sou eu, que há anos não ligo um televisor e tampouco acendo um fogão. Acho que estou grudada demais no computador. Isso pode, Arnaldo?
Então, escrevi a mensagem, finalizei com "eu te amo", cortei um pedaço de durex e pimba na tela da Globo, colei bem na cara da novela das seis! Quem fala pela "telinha" agora sou eu, que há anos não ligo um televisor e tampouco acendo um fogão. Acho que estou grudada demais no computador. Isso pode, Arnaldo?
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