Em, 05.12.2010
Por Pietra Luña
O domingo estava ensolarado e optamos por um passeio ao ar livre. Perto da casa da vozinha tem um parque e no caminho até ele muitas árvores (a cidade tem mais de 1,5 milhões árvores frutíferas, sabia?) em pleno vigor nesta época do ano em Brasília. Na vizinhança encontramos manga, abacate, goiaba, jamelão e a pretinha amora!
Algumas crianças adoram se colorir daquele tom rubro, "um vermelho bem roxo" (rs) que tinge os dedos e a língua. Eu nem sabia, mas muitos frutos, originados de diversas espécies e alguns híbridos, são chamados de amora (morus), até a framboesa. Lá vem mais curiosidades: tem amora branca (alba), preta (nigra) e vermelha (rubra). A branca é a preferida dos bichos-da-seda e as negras... hum, se transformam em deliciosas geléias para se comer num café da manhã demorado nos fins de semana. Fomos à cata.
Quando chegamos perto das amoreiras, a pequena resolveu subir no pé para se lambuzar como deve ser a infância. Tenta daqui e tenta dali, nada. Desce galho, sobe pé. Nada. Até que veio a ideia de subir nas minhas costas para a partir do meu cangote agarrar a árvore e sem deliciar entre a folhagem. Mas a gente ria tanto, e gargalhava tanto da situação (do meu corpo "escorregadio" e da inexperiência de uma menina urbana em escalar árvores), que ninguém tinha forças para terminar a tarefa (que merecia muitaaa concentração).
Ali, no pega-pega para o sobe-sobe e cai-cai rindo-rindo, revelávamos nosso amor pelo inusitado, pelo natural, pelo improviso, pelo domingo à tarde. Festejamos nossos amores entre as maravilhas da cidade adornada de sabores. A vozinha, na esquina do parque, sorria vendo a filha e a neta se divertindo entre as amoreiras brasilienses na ânsia de alcançar um apinhado de pequeninos gominhos roxos até o sol se por.
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Love!
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