Por enquanto*...

"Se lembra quando a gente 
chegou um dia a acreditar

que tudo era pra sempre...

Sem saber, 
que o pra sempre,
 sempre acaba" 
(Renato Russo)



Em, 1.1.2011
Por  Pietra Luña


Enquanto a máquina de lavar centrifuga,
penso que o ano mudou e tudo continua igual.

Outra vez,
ilusões passageiras
feito a embriaguez
por duas ou mais taças de champanhe.

A virada do ano se parece
com a queda de um castelo de cartas,
no qual se aposta muito para subir
e chegar até o último degrau (dia)
(como se houvesse um fim e este não há).

Porém basta um descuido,
um sopro,
para mostrar que tudo era tão frágil,
que não se sustentaria
à rotina do dia seguinte que nasce.

O diabo é a força da coletividade que,
berrando junto o tradicional feliz ano novo
por onde exista a contagem dos dias,
nos empurra a acreditar que haverá mais um gol,
neste estádio de torcidas organizadas,
em prol da esperança
de que a própria bandeira
seja enfim campeã.

O time (a vida) nem está lá tão bem assim
nas jogadas invertidas,
nos tiros de meta,
nas cobranças de falta,
nos arremessos laterais,
quando se vê acontecer tanto mais impedimentos,
por causa da ânsia de correr e acertar todos os dias.

A galera faz a ola e a vida dá olé,
a galera pede penalti e a vida dá cartão amarelo,
a galera grita gol e a vida anula.

Mas a multidão está, novamente, em frente aos gramados
esperando os rojões explodirem no céu, em nome da vitória.
Findos os minutos da partida, uns choram e outros riem.

O ano virou, um jogo acabou, e todos voltarão
às casas, aos vestiários, aos treinos, ao trabalho.
Sem trégua, até o próximo espetáculo,
pois quando não há show diário há que se criar uma virada.

O varal me espera.

*texto publicado propositalmente sem revisões




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