Dá uma geral, faz um bom defumador e chama a quiromante que eu tô voltando!



Em, 18.1.2011
Por  Pietra Luña


Oi, gente das ruas de Brasília!*

A pausa foi longa e não pausou. Causou. Vou itemizar para facilitar a compreensão: 1) Sabe quando você vai, porém fica? 2) Ou, quando você mal foi já voltou? 3) E, ainda, quando você nem foi e nem voltou, mas queria ter ido sem  volta? 4) Por último, quando você volta sem ter ido? Eu estou assim: zonza-zonza, "qui-nem" bicho de macumba em encruzilhada de pai de santo com fobia de sangue

Depois de uma pequenina viagem [caso 2], na qual mal descansei [caso 1], chego nessa chuventa (chuvosa + cinzenta) capital [caso 3] do JK e me acabo feito Frida cheia de feridas! [caso 4]. Assim não dá! Numa pancada só, arrebentei  meus mais importantes instrumentos de trabalho - a ilusão - as mãos, os olhos e a mente. 

O caso é seguinte, se eu já estava mesmo de cama, tendo que ficar quieta, podia pelo menos rabiscar em um caderno, uma vez que ficar em frente ao computador não dava de jeito nenhum. Porém, as mãos, meus "olhos iluminados" dispostos a escrever as peripécias de minha mente criativa, ficaram atadas em band-aids e curativos por causa de uma alergia inominada. Resultei imóvel dos pés às mãos. Oh, sina!

Então, eu, que já estava acamada pelas costas, sem poder me sentar ou me deitar alegremente (ao som da chuva ininterrupta) nos braços de algum deus grego, ainda que fosse Hipno (as mal amadas dores não deixam), encontrei com ELA (aquela que não se diz o nome) gigante e superproduzida! Ceguei, feito Édipo! 

ELA veio pulando feito carneiro de insone. Sem parar. Repetidamente, dia após dia. Pensei: minhas semi-férias (existe isso?) minguaram nessa dita lua nova-crescente! Fiquei mesmo cheia! Exausta. Sem pausa, ela se exibia. M-a-l-d-i-t-a! 

Não bastando as dores físicas, as outras vinham formar a patota. Eta panelinha da pesada, viu! Por causa DELA, vieram as minhocas subindo à cabeça, os medos afobando o peito, as sabotagens escorrendo pelos olhos, a loucura dando nó na garganta, a desilusão entupindo os ouvidos, a agonia circulando nas veias, a raiva socando o estômago, os arrependimentos desfilando nos slides mentais. 

Eu já não sabia distinguir qual imobilidade me deixava mais imóvel: as dores na coluna e nas pernas, as feridas na mãos ou ELA. Na dúvida, apelei para artes divinatórias como golpe lúdico de sobrevivência emocional. 

Rapidamente, convoquei um I Ching para as costas e pernas, um quiromante para as mãos e as runas para ELA. Os conselhos variaram desde casar a parar tudo, de transar a tornar-me celibatária, de fazer o Caminho de Compostela ao da Esplanada dos Ministérios. E não é que funcionou?

Fui lendo. Jogando. Lendo. Brincando. Lendo. Sentindo. Lendo. Embaralhando. Lendo. Navegando. Lendo. Pensando. E entre uma jogada e outra, vi o óbvio: meu corpo inérte e dolorido, sofrendo. Parado e lelé: lento, lerdo, letárgico, ex-libertino. Essa era a senha que ELA queria me mostrar. Essa era a resposta da minha esfinge: silêncio e retirada. Tempo de parar. Até que ELA foi legal em aparecer para me relembrar os velhos tempos alimentar-me de "o sal da terra" cantando a vida em harmonia. 

Finalizando, segundo os economistas, qualquer agrupamento econômico, como uma empresa (uma pessoa), por exemplo, só prospera se fechar seus ciclos de crescimento, que são formados por quatro etapas: expansão, recessão, depressão e recuperação. Minha conta bancária está no ciclo 2, enquanto rumo profissional está no ciclo 3, o corpo sempre no ciclo 1 e a cabeça... melhor deixar para lá. Em recuperação, está este blog.

beijitos!

PiLu

(*senti necessidade nesta postagem de me dirigir aos leitores, amigos invisíveis, que passam por aqui por acaso ou por desejo e me leem. Beijo especial àqueles que pediram e mandaram e-mail para eu voltar. :-)

P.S. Abaixo parte do resultado causado por ELA.

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2 comentários:

  1. Bom demais vc ter voltado!
    Estava com saudades.
    Que venham mais, mais, mais...
    Beijos.

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  2. obrigada pelo carinho, Tereza! Vamos ver se agora eu fico! beijos Pietra

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